Esse post
será dividido em duas partes, na primeira eu vou dizer por que vocês devem
assistir ao filme, e na segunda eu vou explica-lo.
Sete Minutos
Depois da Meia-Noite (A Monster Calls) é um filme de drama e fantasia. Quando
eu fiquei sabendo do filme pela primeira vez, eu imaginei que seria um filme de
fantasia estilo esses de sessão da tarde
(mas dos bons, tipo Ponte Para Terabítia), mas quando assisti me deparei com um puta filme existencial e que certamente não tem crianças como publico alvo.
(mas dos bons, tipo Ponte Para Terabítia), mas quando assisti me deparei com um puta filme existencial e que certamente não tem crianças como publico alvo.
Sim, tem
monstros. Sim, tem fábulas. Sim, o protagonista é uma criança. Mas o assunto
que o filme trata é muito denso e te faz ficar pensando por muito tempo.
Mas ok,
vamos falar um pouco sobre o filme em si:
O
protagonista é um garoto de treze anos chamado Conor (Lewis MacDougall) que
sofre bullying na escola (clichê, mas calma que esse não é o foco do filme) e
vive apenas com sua mãe Elizabeth (Felicity Jones — Sim, a atriz que fez a Jyn
Erso em Star Wars Rogue One) que sofre de uma doença desconhecida (parece ser câncer,
mas em nenhum momento é dito isso no filme).
Quando
Conor está dormindo, aos exatos sete minutos depois da meia noite, ele tem um
sonho com uma arvore gigante que diz para ele que irá o contar três histórias
nos próximos dias, e que após isso o garoto deverá o contar a quarta história,
e que essa deverá ser a sua “verdade”. O garoto fica confuso, o telespectador
fica confuso, a arvore fica com uma cara de sabichona, e desse momento em
diante o filme fica extremamente cativante.
O filme te
prende o tempo todo pra saber o que vai de fato acontecer com a mãe do Conor,
pra saber quais são os outros contos do Groot da arvore, e qual é dessa “verdade
que o garoto deve contar”.
Sete
Minutos Depois da Meia-Noite conta com uma nota de 7.5 de 10 no IMDb
87% de aprovação
da Crítica do Rotten Tomatoes e 82% da audiência
E a minha
nota, bom...Mesmo esse lance de nota sendo muito pessoal e eu nem tendo um
diploma de cinema (ainda) pra poder esfregar na cara de vocês que eu entendo
alguma coisa, eu vou dar uma nota mesmo assim porque ESSE BLOG É MEU!
Eu dou 4.35
de 5
AGORA VAI
LÁ VER O FILME E VOLTA AQUI PRA LER A EXPLICAÇÃO!
Obs: O filme
está disponível na Netflix.
Explicação
do filme:
Atenção: Pra
prosseguir você já terá que ter assistido ao filme, porque obviamente essa
parte do post irá conter SPOILERS!
Vamos
primeiro entender o personagem mais misterioso do filme: A Arvore.
Afinal, ele
é real ou não?
"Humanos são bestas complicadas. Vocês acreditam em mentiras confortáveis..."
R: Não, ele
não é real. Ele é fruto do subconsciente do Conor.
Ele é o
núcleo do filme, então, entendendo o papel dele, nós entendemos o filme
inteiramente.
Quando
Lizzy, a mãe de Conor, era mais nova, ela sonhava em ser pintora. Ela criava
diversos personagens e tinha um caderno onde os desenhava. Em um momento do
filme, é mostrado um vídeo antigo da Lizzy mostrando seus desenhos pro Conor
ainda bebê, isso indica que os personagens que ela criou acabaram por entrar no
subconsciente do garoto. Tais personagens apareceram nos sonhos de Conor através
das fabulas que o Monstro contava, e o próprio Monstro era uma das criações de
Lizzy que foram mostradas para o bebê Conor.
Mas tá,
qual era o objetivo do Monstro afinal?
Essa é a
parte densa do filme.
O objetivo
do Groot Monstro não era
simplesmente ajudar o Conor a passar por esse processo de luto pela inevitável morte
da mãe dele, e sim era ajuda-lo a entender e aceitar o sentimento dentro dele
de que ele queria que a mãe dele morresse, porque ele não conseguia mais
suportar sofrer tanto e nem ver ela sofrer tanto.
Como o
monstro diz, esse é um dos sentimentos mais humanos que existem. Creio que todo
mundo já passou ou ainda vai passar por isso. Desejar logo o fim de algo para
que de um ponto final no sofrimento.
Conor se
sentia um monstro por desejar que a mãe dele morresse, e os contos que a arvore
o contava eram justamente para fazê-lo entender e aceitar todos esses
sentimentos dentro dele.
Como um príncipe
que assassinou uma camponesa pode ter se tornado um rei bom e amado?
Ele o
queria mostrar que não existe o preto e o branco, que não existem heróis e
vilões.
Ele não
estava lá para curar Lizzy, ele estava lá para curar a mente de Connor.
Então vocês
pensam: Bruce, você é um demente, se a arvore não é real, como a Lizzy vê o
Monstro no final do filme?
Essa é uma
resposta que tá bem escondida .
Em alguns
momentos no filme eles comentam sobre o pai de Lizzy. Ele morreu e isso afetou
muito Lizzy de uma forma que talvez para superar ela tenha que ter passado pelo
mesmo processo que Conor passou com ela. Uma dica disso é que o ator que faz a
voz do Monstro (Liam Neeson) também aparece em uma foto como o avô de Conor.
Então ela enxergar o Monstro no final do filme é uma simbologia de que ela
também já passou por essa batalha dentro de seu subconsciente para superar a
morte de um ente querido.
Não é um filme difícil de entender, mas é um filme que me surpreendeu bastante por tratar de uma forma bem diferente um assunto bem interessante.
Bom, esse é
a minha análise sobre o filme, se vocês tem algo a acrescentar ou algo que
acham que não foi bem como eu disse, não deixem de me dizer nos comentários :)
Ótima recomendação e uma ótima análise, primeiro blog que leio sobre o filme e consigo entender o real sentido do filme. Parabéns
ResponderExcluirAchei ótima a interpretação e me clareou alguns aspectos. Só dando mais base na sua análise, quando você fala que a Lizzy também já conheceu o monstro para superar a morte do pai dela, tem uma parte que me lembrei agora que você falou que ela fala com o Connor (Não me lembro da cena, só lembro da fala): Menos o monstro, porque o monstro é nosso amigo. Ela fala algo assim para ele, senão me engano é durante a conversa final dela com o Connor.
ResponderExcluirObrigado pelo post eu amei muito esse filme. Sem dúvida 7 Minutos Depois da Meia Noite filme se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Li que Juan Antonio Bayona foi o responsável e fiquei muito satisfeita com o seu trabalho, além de que o elenco foi de primeira. De verdade, adorei que tenham feito este filme.
ResponderExcluir